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Camila Toledo, diretora do Fashion Snoops Brasil reflete sobre o futuro na moda e no varejo

Confira a entrevista com Camila Toledo, diretora do Fashion Snoops Brasil reflete sobre o futuro na moda e no varejo

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Camila Toledo, diretora do Fashion Snoops Brasil reflete sobre o futuro na moda e no varejo

A moda e o varejo estão passando por uma grande revolução. Como você enxerga o futuro do setor?

O futuro da moda foi adiantado em cinco anos. O que prevíamos precisa acontecer já. Muita gente continuava vendendo sem sentir os desgastes do tempo e das novas gerações ainda sem poder de compra. Porém nunca foi um sistema sustentável. Os estilistas não aguentavam mais a pressão de lançar quatro coleções por ano e ainda terem que ser hiper criativo nas quatro. Era humanamente impossível e levava vários a ter fadiga e stress.

Lojas enormes e megalomaníacas também não fazem mais sentido. Dimi-nuir o custo dos espaços físicos que encarecem toda a cadeia com o alu-guel é necessário para ter um preço mais justo, afinal, com o aumento significativo da população que viverá mais, o m2 ficará cada vez mais ca-ro. Lojas precisam ser pontos de experiência para o consumidor e não apenas de consumo ou de estoque.

A sustentabilidade e a opção pela compra de itens mais duráveis já vinha como uma tendência. Qual o rumo que você acredita que estes aspectos vão tomar a partir de agora?

A pressão da sustentabilidade sobre a moda já estava alta e agora é o momento de aplicar. O slow fashion, menos produto lançado com mais qualidade e vendendo por mais tempo é a alternativa para o fast-fashion. Com isso você reduz o desperdício e sua quantidade de estoque.

Transformar espaços físicos em experiências ao invés de estoque de pro-duto. Ter apenas amostras e entregar ao cliente em suas casas no dia se-guinte. Atender clientes com hora marcada. As pessoas precisam aprender a não usar seus carros ou sair nas ruas sem necessidade. Veja como a po-luição melhorou na China e nos canais de Veneza. O trânsito minimizado nas grandes cidades melhora a qualidade de vida de quem precisa real-mente se deslocar.

Na sua opinião, quais serão as principais mudanças no consumo? Onde se encaixarão, neste novo cenário, as marcas de fast fashion, os grandes desfiles, o desenvolvimento de quatro coleções anuais?

No curto prazo o consumidor se questiona: o que precisa agora nessa no-va vida de home office? O conforto arrumado será a nova necessidade, assim como pijamas arrumados e roupas utilitárias funcionais para quando forem sair de casa carregando o mínimo possível para não ser contamina-do.

No longo prazo, como espera-se que as pessoas comprem menos e melhor no próximo ano, o mercado de luxo ganha mais visibilidade. Produtos des-cartáveis e sem qualidade não fazem mais sentido para muita gente. O fast-fashion continua sendo relevante para uma classe da população po-rém terão que se reinventar. Muita gente já tem bastante roupa e perce-beu isso durante a quarentena. Terão foco em moda e serviço.

Devemos fazer a lição de casa e repensar já a forma de lançamento de produtos. Desfiles de moda presenciais só são relevantes para aquelas marcas com histórias como um teatro, mas outros, que só mostram roupas sem conteúdo, não faz sentido. Podem ser feitos através da tecnologia como lives e zoom.

Outro ponto é a alteração do calendário da moda que não fazia mais sen-tido por muitos anos. Você liquidava o inverno enquanto ainda estava su-per frio e o mesmo com o verão. A ideia é lançar o verão em Setem-bro/Outubro, mais tarde, e o Inverno em Abril/Maio e ter apenas dois lan-çamentos anuais que podem ser repartidos em diferentes entradas.

Está se falando muito de compras on-line. Será um novo padrão de consumo?

As compras online já eram uma grande realidade apesar de existir uma parcela da população que não gosta de consumir moda por essas plata-formas. Mas a verdade é que, a marca que não tinha um e-commerce ain-da, perdeu espaço e tempo para se adaptar. Uma das urgências para esse ’novo normal’ é o investimento em tecnologia colocando todos seus pro-dutos online (e-commerces, instagram, tiktok, whatsapp), não importa a tecnologia, mas como você vai comunicar seus produtos de forma inteli-gente ao cliente através dessas vias.

As vendedoras devem continuar sendo um ponto de comunicação e servi-ço para tirar dúvidas e até prestar um serviço de estilo para que as dúvi-das sejam minimizadas na hora da compra.

Parceria

O Fashion Snoops é parceiro da GOTEX há três edições trazendo para o evento conteúdos relevantes sobre moda, tendências e comportamento. Este ano a GOTEX acontece de 9 a 11 de setembro de 2020, no Centro de eventos PRO MAGNO, com entrada franca para profissionais do setor.

SERVIÇO Gotex Show – Encontro Internacional Têxtil e de Negócios 8ª edição
Data: 9 a 11 de setembro de 2020
Horário: quarta-feira e quinta-feira, das 10h às 18h, sexta-feira, das 10h às 17h Local: Centro de eventos PRO

MAGNO Avenida Profª Ida Kolb, 513 – Casa Verde – São Paulo/SP Informações: www.gotexshow.com.br Entrada franca

Gotex Show Press Office RM Press | Comunicação Estratégica
Silvia Colaianni
silvia.colaianni@rmpress.com.br